sábado, 29 de março de 2008

Jeanne, la charmante.



Assisti hoje à tarde, sem maiores expectativas, mais pela saudade de ma chérie Isabelle, sua mais recente parceria com Claude Chabrol, Comédia do Poder (L'Ivresse du Pouvoir), adorei o filme e não pude deixar de notar uma esdrúxula semelhança com um certo anti-herói nacional.



A juíza Jeanne Charmant-Killman é uma espécie de Capitão Nascimento gaulesa.
Uma versão mais sofisticada, é claro.
Digamos, o Capitão Nascimento dos crimes de colarinho branco.



Mais sofisticada, por questões meramente circunstanciais, porém, com a mesma ferocidade, a mesma avidez.
Ao contrário do capitão, Jeanne age estritamente dentro da lei, mas, assim como o capitão, é implacável, cruel.
Por mais que o panorama seja objetivamente maniqueísta, Chabrol e Huppert não pretendem nunca provocar simpatia, para Chabrol, a heroína deve sempre ser mais temida do que amada.
E por isso a amamos.