quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Toda Mulher



Nada contra, né.
Super respeito fetiches alheios e esse nem é dos mais bizarros.
Inclusive, adoro a cara de "joinha?" dela na foto.
Mas sabe uma coisa que não dá?
Pessoas que começam frases com "Toda mulher...", arrepio.
E o que vem depois de toda mulher três pontos sempre é uma babaquice galopante.
Nossa rodrigueana Natália, pelo menos, nos deu uma margem de erro de 1%, já é alguma coisa.
Nesse mood toda mulher, comecei a ler Lady Chatterley, tô louca pra acabar logo e ver o filme da Pascale Ferran.

Fora, perto da clareira, construiu pequeno rancho de palha para abrigo dos faisõezinhos, e arrumou lá as gaiolas. Um dia, ao chegar, Constance encontrou duas galinhas sobre os ovos dos faisões, arrepiadas e orgulhosas da importante tarefa. Aquilo a abateu. Sentiu-se inútil, sem emprego na vida, nem mesmo fêmea como aquelas.
– Que era ela senão um pobre canteiro de terrores?

Às vezes me sinto assim, uma fêmea de proveta. Não sei explicar.
Não me refiro aos sinais exteriores, artificiais, de feminilidade, isso é mais vaidade mesmo, às vezes me sinto feia, relaxada, mal cuidada, mas não é isso. Nunca fui meiguxinha, princesinha, nem sou andrógina Thammy Gretchen, é outra coisa.
É uma feminilidade aniquilada, uma falta...
Uma vez tava defendendo a Binoche numa conversa, explicando porque gosto tanto dela, não só por ser uma grande atriz, a simpatia/empatia que tenho por ela, e disse algo como "pra mim, ela simboliza tudo o que há de feminino e bom" e eu poderia dizer a mesma coisa da Julianne Moore, feminino e bom.
É como se, diante delas, o meu feminismo desmoronasse, ficasse sem sentido.
Obsolência.
Superação tecnológica.


Pra ler ouvindo: http://www.youtube.com/watch?v=QjK_zT2fFVE

Um comentário:

Bruna O. disse...

Olha, isso é bem verdade. Nunca consegui definir muito bem porque gosto delas, mas acredito que é isso: elas representam o que é essencial e bonito de verdade numa mulher. O resto é feitiçaria.
Deixemos as Natálias apanhando.